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Sexo Seguro para Lésbicas ...
Vamos conversar sobre sexo seguro. Antes disso, porém, é importante esclarecer que os cuidados ginecológicos básicos, só se aplica a AIDS indiretamente, já que a mesma não é transmitida, ao contrário de outras DSTs, via uso comum de roupas íntimas, toalhas úmidas, lençóis ou assentos de banheiro. Lembre-se, contudo, que as outras DSTs facilitam a transmissão do HIV caso você fique exposta ao mesmo. Então voltando ao sexo seguro. Do que se trata? Bem, sexo seguro é uma forma de evitar os riscos de contrair ou transmitir DSTs / HIV. Compreende uma série de atividades, das menos arriscadas às totalmente seguras, que procuram evitar,especialmente no caso do HIV, a penetração de sangue (incluindo o menstrual) ou fluído vaginal na corrente sangüínea. O sexo seguro pressupõe a não transferência de fluídos ou sangue através: * Da penetração vaginal ou anal com proteção (luvas de látex ou dedeiras), em especial na presença de cortes, rachaduras, feridas, eczema e outros problemas cutâneos nos dedos e/ou nas mãos. Nunca usar a mesma luva na vagina após penetração anal. * Do sexo oral com barreira de proteção, em especial na presença de problemas na boca (herpes labial, gengivites sangrantes, etc.) ou durante o período menstrual. É importante cobrir toda a área genital para previnir que qualquer quantidade de secreção vaginal ou de menstruação alcance a boca. * Com relação aos instrumentos sexuais (vibradores, consolos, etc.), são seguros quando esterilizados e não compartilhados. O melhor seria utilizar uma camisinha para cobri-los. Uma nova camisinha deve ser usada a cada nova parceira. Algumas técnicas sado-masoquistas que utilizam instrumentos cortantes ou perfurantes (facas, giletes, agulhas, etc.) requerem esterilização apropriada dos mesmos. No Brasil, não contamos com "dental dam", um quadrado de látex reutizável após lavagem com sabão neutro. No entanto, podemos construir um a partir de uma luva cirúrgica. Muitas mulheres reclamam da espessura do material que interfere com a sensibilidade oral-genital. Sem problemas: construa uma barreira da camisinha. Não interfere tanto com a sensibilidade e é descartável.
:: Instrumentos sexuais :: Para uma penetração segura e higiênica, ao usar vibradores ou consolos, coloque uma camisinha. Antes de compartilhar instrumentos, troque de camisinha. **Guia de proteção para Lésbicas** O HIV é transmitido através do sangue, do sêmem e das secreções vaginais. Nenhum destes fluídos deve penetrar em você ou em sua parceira através da boca, da vagina, do ânus ou de cortes na pele. Não há evidências de que o HIV seja transmitido através da saliva. As lésbicas que desejam engravidar, através de inseminação artificial, devem certificar-se que o material não contém HIV. :: Totalmente seguro :: * esfregar corpo com corpo * beijar socialmente * acariciar, abraçar. * masturbar-se * penetrar com os dedos usando luvas cirúrgicas de látex * usar vibradores ou dildos (consolos) individuais * fazer sexo sem intercâmbio de fluidos corporais * não compartilhar agulhas, seringas e utensílios para mistura de drogas injetáveis :: Provavelmente seguro :: * beijo francês (com saliva) * sexo oral protegido com barreira * uso de lubrificante à base de nonoxynol-9 * sexo penetrativo com homens usando sempre camisinha com o espermicida nonoxynol-9* * esterilização de seringas e agulhas antes de compartilhá-las :: Não seguro / Arriscado :: * sexo oral desprotegido, especialmente durante a menstruação contato desprotegido das mãos com a vagina ou o ânus, em especial se houver cortes/ lesões nos dedos ou cutículas qualquer atividade que produza sangramento * contato com urina ou excrementos * uso de instrumentos sexuais que contenham fluidos de companheira * uso de agulhas e seringas não esterilizadas *espermicida eficaz contra o HIV, embora pesquisas tenham demonstrado que pode causar irritação genital. Suspender o uso, neste caso, e optar por outro espermicida. **Drogas injetáveis** Ao usar drogas injetáveis, as pessoas colocam substâncias direto na corrente sanguínea. Portanto compartilhar agulhas e seringas não esterilizadas é uma forma direta de disseminação do HIV e do vírus da hepatite B. O melhor é ter seu próprio equipamento. Caso não seja possível, deve-se esterilizar agulhas e seringas antes de compartilhá-las. Faça o mesmo com os demais utensílios para preparo da droga. Especialmente parceiras (os) portadores (as) do HIV devem fazer sexo seguro e droga segura. O HIV tem diversos tipos que diferem estruturalmente (cepas), e a re infecção com cepas diferentes compromete ainda mais o sistema imunológico. Você pode ainda substituir drogas injetáveis por não injetáveis. Lembre-se, porém, que, embora as não injetáveis, como o álcool, a maconha e o crack não ofereçam risco direto de infecção de HIV, elas podem indiretamente afetar a capacidade de distinguir entre o que é e o que não é seguro. :: Como esterilizar agulhas e seringas :: * limpar 2 vezes com água fria * limpar 2 vezes com água sanitária * limpar 2 vezes com água fria * Nunca enxágue com água quente porque torna o sangue mais difícil de remover. ** Saúde integral ** Falamos sobre saúde ginecológica como um item em separado, mas, de fato, saúde de verdade só pode ser entendida e, sobretudo, obtida por meio de uma perspectiva integral. As dicas que demos, por exemplo, para passar por menstruações mais tranquilas podem e devem ser aplicadas no cotidiano. Alimentação mais natural, com consumo de cereal, verduras, legumes e frutas, com menos gorduras e açúcar branco, e acima de tudo com menos café, cigarro e álcool, são requisitos básicos para aquisição e manutenção de uma boa saúde. Isso sem falar na prática de exercícios regulares. O simples ato de caminhar já ajuda. Lembre-se de que o sedentarismo enferruja o corpo e a mente. Claro que você não precisa virar atleta, viver se privando de todas as guloseimas sedutoras das vitrines das docerias nem evitar a feijoada ou as pizzas do Ferro's bar*. Basta usar de moderação. Agora se você vive de doce em doce e o único lugar onde consegue se socializar são os bares e boates entendidos da sua cidade, está na hora de repensar algumas coisas. O excesso de peso e acima de tudo o alcoolismo são considerados, segundo pesquisas médicas internacionais, junto ao câncer de mama e de útero, alguns dos maiores problemas entre lésbicas. São um pouco consequência das ações do preconceito que muitas vezes não conseguimos driblar. No caso do alcoolismo, não é preciso ser genial para perceber que, se as lésbicas só tem bares e boates como pontos de encontro, o estímulo para beber se torna muito grande. Buscar outras formas de socialização, portanto, é um ponto básico para a saúde lésbica. Hoje, no Brasil, já existem alternativas de contato, além dos bares e boates, como agências de turismo específicas, grupos organizados de lésbicas, clubes de correspondência, etc. Você encontra informações sobre esses serviços na Rede Um Outro Olhar ou em revistas especializadas da praça. Da mesma forma, já existem alternativas - embora poucas - de atendimento médico não-preconceituoso em clínicas de mulheres e com profissionais progressistas. Lembre-se ainda de que, apesar do receio da discriminação, fugir da/o ginecologista não é uma boa. Razões já demos de sobra, não é? Enfim a expressão-chave para a saúde integral das lésbicas é saber driblar o preconceito. O estresse que sofremos em função de manter uma falsa realidade, cheia de mentiras, o medo exagerado de perder a aceitação da família e de outras pessoas com quem convivemos, afetam diretamente nossa saúde psicológica e a qualidade de nossas vidas. Assim buscar alternativas de socialização e o convívio de outras lésbicas (não só para arrumar namorada), assumir-se gradualmente para pessoas mais abertas, livrar-se dos sentimentos de culpa e vergonha por ser lésbica, levantar a auto-estima, enfim, são condições imprescindíveis para a manutenção da saúde. Tenha em mente que, contra discriminação, viver bem é a melhor vingança.